As Relações em Eixo Franco-alemãs e as Relações em Eixo Argentino-brasileiras: génese dos processos de integração
ISBN: 978-972-8726-92-8
Edições de A a Z
Iniciado o século 21, a União Européia não é mais um enigma, mas tornou-se um paradigma. O itinerário percorrido pelas Comunidades Européias ao longo da segunda metade do século 20 foi marcado por diversos altos e baixos, sem contudo perder, em momento algum, o horizonte de referência: a construção de uma paz duradoura e um patamar equânime de bem estar econômico e social. O livro com que nos brinda Raquel Patrício é um estudo preciso, em pormenor e em qualidade analítica, sobre um fator essencial para o crescimento dos processos de integração contemporâneo: as relações em eixo.
Integração parece ser a versão contemporânea de um aforismo clássico, que afirma advir a força da união. Já há décadas a união deixou de ser uma mera questão de política interna para ter-se transmutado em agenda supranacional.
O caso da União Européia é exemplar. Exemplar sem haver-se tornado em dogma político ou em apriori econômico. Não corre, por conseguinte, o risco de anquilosar-se em fórmulas anacrônicas.
O livro de Raquel Patrício mostra, com liminar clareza, como a integração, que emerge da parceira entre os "sócios do clube", dependeu (e, em larga medida, ainda depende), de protagonismos específicos, de cuja iniciativa surgiram impulsos substanciais para o processo de integração. A União Européia é fonte de inspiração para diversos movimentos de integração regional, pelo mundo afora. Um desses movimentos é o Mercado Comum do Sul, conhecido pela sigla Mercosul. Talvez seja a proposta de integração menos distante da trajetória própria à União Européia, embora ainda muito longe de ter vivido circunstâncias históricas análogas ou de possuir vontade política mais efetiva para efetivar-se.