A Questão Africana e as Relações Luso-Britânicas: 1884-1914
ISBN: 9789728726829
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A evolução da conjuntura internacional na transição entre os séculos XIX e XX, desenvolveu-se a par do crescente interesse demonstrado pelas potências europeias em relação aos territórios ultramarinos africanos, desde meados do século XIX, determinando a convergência das políticas coloniais dos estados europeus, projectadas sobre aqueles territórios.
Os interesses político-estratégicos europeus em relação à África, definiam-se em termos de afirmação de uma presença efectiva e da adopção convencionada de princípios políticos, critérios de reconhecimento e atribuição de direitos de acesso, trânsito e ocupação, que adquiririam expressão em processos de fixação de limites territoriais e de áreas de influência exclusiva, originando a realização de conferências internacionais, como as de Bruxelas e de Berlim, determinando a celebração de numerosos tratados, acordos e convenções sobre partilhas territoriais, frequentemente caracterizadas, na prática dos relacionamentos, por uma conflitualidade explícita (...).
A consciência política sobre a exigência de uma resposta efectiva às problemáticas da chamada "questão africana" evidenciava-se já em 1875, com a fundação da Sociedade de Geografia de Lisboa, acentuando-se inequivocamente desde então, ao longo do período que decorreu até à Grande Guerra.
Foi também a consciencialização sobre o agravamento da "questão africana" le da sua articulação político-estratégica com as problemáticas europeias no contexto dos interesses de Portugal e da política externa portuguesa, e tendo como enquadramento político-diplomático a Aliança Luso-Britânica, que, em 18 de Janeiro de 1906, Dom Carlos I, Rei de Portugal criava, no âmbito daquela instituição, a Escola Colonial.